sexta-feira, 29 de abril de 2016

Sobre os comentários do jurista Miguel Reale Jr. a respeito do Coronel Ustra

"Estou sendo julgado numa Vara Cível, por um suposto crime cometido em dependência do Exército e na qualidade de seu Comandante. Estou sendo julgado, apesar da Lei da Anistia, que penso muito em breve será revogada, mas que ainda está em vigor. Estou sendo julgado em uma Vara Cível apesar de jamais ter sido condenado criminalmente. Estou sendo julgado por um crime que não cometi." Cel. Brilhante Ustra

Durante a exposição dos argumentos para o impeachment de Dilma Roussef em sessão do Senado, nesta quinta-feira, 28 de abril de 2016, o jurista Miguel Reale Jr. fez questão de frisar que sentia muito que o processo de impeachment tivesse, em seu percurso legal, servido para enaltecer 'torturadores' como o Cel. Brilhante Ustra que, segundo o jurista, já havia sido reconhecido como tal pela justiça. Reale ainda aproveitou para enaltecer sua amiga Crimeia (e família), autora da ação que 'codenou' Ustra.

Vale dizer que houve irregularidades no processo que 'condenou' Ustra, em primeira instância. Recurso foi apresentado ao STF, ainda não julgado:

Em 2008, por decisão em primeira instância do juiz Gustavo Santini Teodoro, da 23ª Vara Cível de São Paulo, o coronel Ustra tornou-se o primeiro oficial condenado em ação declaratória por sequestro e tortura. Publicada em 9 de outubro de 2008, a sentença é o julgamento, em primeira instância, ao requerimento de dois ex-guerrilheiros e seus filhos Janaína de Almeida Teles, Edson Luis de Almeida Teles, César Augusto Teles, Maria Amélia de Almeida Teles e uma quinta pessoa, Criméia Alice Schmidt de Almeida, que acusaram Ustra de sequestro e de tortura em 1972 e 1973, requerendo à Justiça que, através de uma ação declaratória, ele fosse reconhecido como torturador. Na sentença, ficou reconhecido que o militar, na qualidade de chefe de operações do DOI-CODI de São Paulo, deveria saber que naquele lugar eram feitas sessões de interrogatório. O advogado do coronel Ustra, Paulo Alves de Souza, continuou afirmando que os ex-guerrilheiros, autores da ação, mentiam e anunciou que recorreria da decisão. Em agosto de 2012, o TJ-SP rejeitou o recurso de Ustra, confirmando a sentença anterior que o declarara torturador. Seu advogado recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF). O coronel Ustra faleceu antes que o processo tivesse seu julgamento final.

Querem saber o que aconteceu? Leiam a matéria baixo.

Retirado do livro "A Verdade Sufocada - A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça"
Por Carlos Alberto Brilhante Ustra
Leiam com atenção e notem as contradições existentes

A vingança dos derrotados
12 Outubro 2008

Como acontece em todos os movimentos onde os comunistas são derrotados, eles iniciam a sua volta lutando pela anistia, que, uma vez conquistada, lhes permite viver usando as liberdades democráticas que queriam destruir. Posteriormente, começam uma virulenta campanha para denegrir os que os combateram, posam de vítimas e de heróis e fazem da mentira e da calúnia o seu discurso. Não descansam enquanto não conseguem, por revanchismo, colocar na prisão aqueles que os combateram e derrotaram. Para isso, mudam as leis e até a própria Constituição, o que é feito com a corrupção do Legislativo e com o apoio de simpatizantes, escolhidos a dedo, para as mais altas funções do Judiciário.

Ao final de dezembro de 1972 o DOI de São Paulo estava preocupado com o trânsito de guerrilheiros que, da capital paulista, eram encaminhados para a área de guerrilha do Araguaia, onde pretendiam estabelecer uma área liberada, semelhante a ocupada, até os dias de hoje, na Colômbia, pelas FARC.
Durante essas investigações a gráfica clandestina do PCdoB foi localizada e “estourada”. Os responsáveis por esse “aparelho de imprensa” eram Maria Amélia Teles e seu marido César Augusto Teles. Na ocasião, estavam com eles os dois filhos do casal - Janaína, de 5 anos, e Edson Luis, de 4 anos.
Era contato freqüente do casal, Carlos Nicolau Danielli, membro do Comitê Central do PCdoB, que fizera curso de Guerrilha em Cuba e tinha estreitas ligações com o casal e, principalmente, com Maria Amélia. Toda a matéria que a imprensa clandestina do Partido publicava tinha que ter sua aprovação.
No aparelho, homiziada, encontrava-se Criméia Schimidt de Almeida, irmã de Maria Amélia, que na ocasião se fazia passar por babá das crianças. Criméia era militante do PCdoB e integrava o “Destacamento A” na Guerrilha do Araguaia. Seu marido, André Grabois, era filho de Mauricio Grabois, o comandante dos guerrilheiros naquela região. Uma das normas da guerrilha era a proibição de que as guerrilheiras engravidassem. As guerrilheiras grávidas eram obrigadas a abortar e, caso não consentissem com o aborto, seriam “justiçadas”.
Por medida de segurança ninguém estava autorizado a sair da área de guerrilha, pois, caso fossem presos, poderiam indicar o local ocupado pelos guerrilheiros, bem como dar informações sobre as particularidades da guerrilha. Essa era uma norma seguida a risco.
Criméia, no entanto, engravidou e, em agosto de 1972, por estar com 3 meses de gravidez, contrariando todas as determinações existentes, foi retirada da área de guerrilha por determinação do comandante Maurício Grabois, futuro avô da criança. Criméia foi poupada. Era nora do comandante. 
Quando a gráfica foi “estourada” Maria Amélia, César Augusto e Criméia foram presos. As crianças, como não poderiam continuar sozinhas  no local, foram encaminhadas ao DOI. As máquinas de impressão e as armas existentes no "aparelho" foram apreendidas.
Ao chegarem, entrevistei o casal e lhes disse que as crianças não poderiam permanecer naquele local. Perguntei se tinham algum parente em São Paulo que pudesse se responsabilizar por elas. Responderam que as crianças tinham tios em Minas Gerais ou no Rio de Janeiro, não me recordo qual o local. Pedi o telefone deles para avisá-los do que acontecia e indagar se poderiam vir a São Paulo para receberem os dois filhos do casal. Feito o contato, esses familiares pediram alguns dias de prazo para viajar à capital paulista. Decidi que, enquanto aguardávamos a chegada dos tios, as crianças permaneceriam sob o cuidado do Juizado de Menores.
Nesse momento, Maria Amélia e César Augusto pediram para que seus filhos não fossem para o Juizado. Uma policial militar, que assistia ao diálogo, se ofereceu para ficar com Janaína e Edson Luis até a chegada de seus tios, desde que os pais concordassem com o oferecimento, o que foi aceito na hora pelo casal.
Movido mais pelo coração do que pela razão, achei que essa era a melhor solução. As crianças foram levadas para a casa da agente e para que não sentissem a falta dos pais, diariamente, eram conduzidas ao DOI para ficar algum tempo, aproximadamente duas horas, com eles. Isso se repetiu até a vinda dos parentes. Quando chegaram, Janaína e Edson Luis foram entregues aos seus tios, na presença dos pais.
No 7º mês de gravidez Criméia foi presa, em 28/12/1972, pelo DOI/ CODI/IIEx, onde permaneceu por 24 dias, até ser encaminhada para Brasília, que era a área encarregada de combater a Guerrilha do Araguaia.
Seu filho, João Carlos Schimidt de Almeida Grabois, atualmente com 34 anos, nasceu no Hospital do Exército de Brasília, em 13/02/1973. Em 2005 foi indenizado porque estava no útero de sua mãe quando ela foi presa, segundo consta na sentença.
O tempo passou e em 1985, Maria Amélia declarou aos editores do livro Brasil Nunca Mais, o seguinte:
Na tarde desse dia (28 de dezembro de 1972), por volta das 7 horas, foram trazidos, seqüestrados, também para a OBAN, meus dois filhos, Janaína de Almeida Teles, de 5 anos, e Edson Luiz de Almeida Teles, de 4 anos, quando fomos mostrados com as vestes rasgadas, sujos, pálidos, cobertos de hematomas. Sofremos ameaças por algumas horas de que nossos filhos seriam molestados.”
Em 31/01/1997, segundo depoimento de Janaína à Rose Spina, em matéria sob o título Memória: Filhos da Resistência, publicado no Portal da Fundação Perseu Abramo consta:
"Posteriormente foram levados, no mesmo Opala azul, para Belo Horizonte, onde vivia boa parte da família, pessoas que estavam longe de aprovar a opção feita por César e Amelinha. Os dois irmãos ficaram aos cuidados de uma tia e de seu marido, um delegado de polícia com relações com o DOPS."
Janaína assim se refere aos tios que, a pedido de seus pais, foram a São Paulo apanhá-la, junto com seu irmão, e os acolheram em sua casa:
“Esse infeliz disse que meus pais tinham me abandonado e minha tia me fez sua empregada, me fazia dar mamadeira para meus primos, de 3, 4 e 6 anos, praticamente de minha idade”.
Em depoimento de Maria Amélia, publicado no site http://emilianojose.com.br ela assim se refere a esses mesmos tios:
Ficaram na casa de uma policial por um dia e depois foram mandados pra casa de um outro policial parente do pai das crianças... ( O que confirma o que é declarado por mim) Ali as crianças sofreram toda a sorte de privações e humilhações. Eram insultadas por serem filhos de “comunistas”, etc. Qualquer desobediência, por parte das crianças, diziam que eram assim porque tinham sido doutrinados pelos pais”

Em 30/10/2005 o jornal “O Globo”, em matéria assinada pelo jornalista Evandro Éboli, publicou:
“Crianças e adolescentes filhos de comunistas também sofreram privações, foram presos, perseguidos, torturados, exilados e eram obrigados, como seus pais, a trocar de identidade para fugir do cerco dos militares. A história dos anos da ditadura mantém quase oculto o que se passou com eles. Mas não era incomum os militares prenderem crianças junto com os pais. Os filhos eram usados durante as sessões de tortura e obrigados assistir essas atrocidades. Era o meio de arrancar confissões dos comunistas”.
“Presa pela Operação Bandeirante (Oban) em dezembro de 1972, em São Paulo, a militante do Partido Comunista Maria Amélia Almeida Teles viu seus dois filhos serem levados também pelos militares. Janaína, com 4 anos, e Edson Luiz, com 5 anos, foram parar numa casa cercada de militares, onde ficaram trancados num quarto. Com freqüência, eram levados à cela da mãe para vê-la torturada, no DOI-CODI. Janaína se lembra que os militares diziam que seus pais os abandonaram e que não iriam voltar para buscá-los”.
“Janaína, 5 anos, e Edson Luiz, 4 anos, ficaram presos por 15 dias. Eram levados ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops) para ver as marcas de torturas na mãe.”

No programa “Fantástico”, da Rede Globo de TV, de 15/10/2006, Criméia afirmou que mesmo grávida não foi poupada. Ficou 20 horas em trabalho de parto, na cela, sem qualquer ajuda, até que seu filho nasceu no Hospital do Exército, já em Brasília.

Nos primeiros dias do mês de abril de 2006, quando a primeira edição do livro A Verdade Sufocada  já estava pronta, recebi do Exmo Sr. Dr Juiz de Direito da 23ª Vara Cível do Foro de São Paulo uma Ação Declaratória, movida por César Augusto Teles, sua esposa Maria Amélia Teles, seus filhos Janaína e Edson Luis de Almeida Teles e sua cunhada Criméia Schmidt de Almeida.
As 46 páginas da Ação Declaratória de ocorrência de danos morais tinham a finalidade de declarar que eu (RÉU), como Comandante do DOI/CODI/II Exército, agi com dolo e cometi ato ilícito passível de reparação, causei danos morais e danos materiais à integridade física dos AUTORES, incluindo seus dois filhos. Estava sendo acusado dos crimes detortura, seqüestro, cárcere privado dessas crianças e de tortura de seus pais e de sua tia Criméia.
Ao receber essa Notificação, deu-me o Magistrado o prazo de 15 dias para a minha Contestação. Caso isso não ocorresse, seria declarado culpado.
Procurei um advogado, em São Paulo, que aceitasse fazer a minha defesa. Logo fui  colocado em contato com o Dr Paulo Esteves, um dos maiores criminalistas de São Paulo, que aceitou fazer a minha defesa. No dia seguinte, já estava na capital paulista, para que o Dr Paulo Esteves, nos 5 dias restantes do prazo, apresentasse a minha Contestação.  Em outubro desse ano recebi uma Carta de Intimação para comparecer perante o Juízo da 23ª Vara Cível, em São Paulo, no dia 08/11/2006, às 14:15 horas, a fim de participar da audiência de Instrução, Debates e Julgamento.
Por manobras jurídicas não fui ouvido, em Brasília, por Carta Precatória. Viajei a São Paulo e no dia marcado estava pronto para ser submetido ao julgamento.
Às 12 horas, encontrava-me no escritório do meu advogado, quando tomamos conhecimento de um despacho do Juiz que assim dizia: “Como os autores renunciaram à colheita do depoimento pessoal do réu, não vê o Juízo fundamento para aplicar o art 342 do CPC. Portanto essa prova não será acolhida”.
Ficou claro! Meus acusadores queriam a minha presença no Tribunal no dia do julgamento e ao mesmo tempo não queriam o meu depoimento. Queriam a minha presença para que eu fosse execrado publicamente, pois o circo estava montado: as TVs já tinham instalado os seus equipamentos, mais de 90 militantes, organizados, me aguardavam. Cerca de 30 repórteres e fotógrafos, esperavam a minha entrada no Tribunal. Tudo estava montado para que as TVs exibissem nos seus noticiários da noite e os jornais no dia seguinte, em manchetes, o coronel torturador, afinal sendo julgado.
Repito! Não queriam o meu depoimento. Não queriam que o juiz ouvisse a  minha versão.
Os leitores foram testemunhas das chamadas nos telejornais da noite desse dia, onde se sobressaiam as do Jornal Nacional, da Globo, onde eu era chamado claramente de coronel torturador, apesar de nenhum tribunal ter me condenado.
Imagino o constrangimento que minhas filhas devem ter sentido ao verem as fotos de seu pai, mostradas a milhões de telespectadores, de modo vil e desumano, baseadas, tão somente, em acusações orquestradas de militantes revanchistas.
Apesar de todos esses dissabores me sinto tranqüilo. Estaria numa situação extremamente desconfortável se, no meu lugar, estivesse um antigo subordinado meu. Desde o início da vida militar os nossos chefes sempre nos ensinaram que “o comandante é o responsável por tudo o que a sua unidade faz ou deixa de fazer”.
Estou sendo julgado numa Vara Cível, por um suposto crime cometido em dependência do Exército e na qualidade de seu Comandante.
Estou sendo julgado, apesar da Lei da Anistia, que penso muito em breve será revogada, mas que ainda está em vigor.
Estou sendo julgado em uma Vara Cível apesar de jamais ter sido condenado criminalmente.
Estou sendo julgado por um crime que não cometi.
Esse processo começou em novembro de 2005, após o filho de Criméia, que nasceu no Hospital Militar de Brasília, ter sido indenizado e nada tem a ver com publicação, do livro "A Verdade Sufocada - A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça".
É notório o aumento do número de “torturados”, de perseguidos políticos e de vítimas dos chamados”anos de chumbo” após o ano de 2002, quando foi promulgada a Lei das Indenizações.
Além da indenização para seus filhos, já que os pais e a tia foram indenizados, os autores desse processo buscam um motivo para colocar aqueles que os combateram no banco dos réus.
Assim aconteceu na Argentina, no Chile, no Uruguai.
Enquanto assaltantes, seqüestradores, terroristas, e assassinos permanecem livres sob a justificativa de que “lutavam pela liberdade” nós que cumprindo ordens de nossos superiores hierárquicos, lutamos e preservamos a democracia, agora estamos ameaçados de ir para a prisão por aqueles que combatemos e vencemos.
Julguem os leitores pela fotografia tirada no Hospital Militar de Brasília, após o parto, onde Criméia aparece com o filho recém nascido. Reparem as suas roupas, o seu olhar de felicidade junto com o filho.

Será que essa moça, pela sua aparência, parece ter sido torturada há pouco tempo?
Reparem nas roupas de seu filho, bem vestido. Pois o enxoval dessa criança foi comprado pelo Exército, por ordem do General Antonio Bandeira, comandante da Brigada de Infantaria, em Brasília, onde Criméia estava presa.
Aliás, esse enxoval foi entregue a Criméia por D. Léa, esposa do General Bandeira, quando foi visitá-la no Hospital.
Criméia se refere a essa visita como    sendo da esposa do General Kruel e que segundo ela se “tornou mais tarde a prova do episódio tenebroso”.
Analisem a fotografia do batizado do filho de Criméia, feito pelo Capelão Militar. Vejam o semblante dos padrinhos, familiares de Criméia, Será que o Exército que a “torturou” teria a preocupação de organizar o batizado ?-
Fotos da Revista ISTOÉ - 04/09/1985

Abaixo trechos extraídos da  setença do juiz Gustavo Santini Teodoro da 23ª Vara Cível do Foro Central (1ª Instância )

(...)" Entretanto a prova testemunhal ficou muito vaga quanto aos autores Janaína de Almeida Teles e Edson  Luiz de Almeida Teles, então menores de idade, filhos dos autores Cesar Augusto e Maria Amélia. Realmente, as testemunhas não viram Janaina e Edson na prisão. Ninguém soube esclarecer se os então menores realmente viram os pais com as lesões resultantes das  torturas. Nada indica que eles teriam recebido ameaças de tortura ou sido usados como instrumento de tortura de seus pais. "(...)
(...) " Julgo procedente o pedido formulado pelos autores César Augusto Teles, Maria Amélia de Almeida Teles e Criméia Alice Schmidt de Almeida , para declarar que entre eles e o réu Carlos Alberto Brilhante Ustra existe relação jurídica de responsabilidade civil, nascida da prática de ato ilícito, gerador de danos morais. Sucumbente, o réu arcará com custas, despesas processuais e honorários dos advogados dos autores, fixados estes nos termos do artigo 20, parágrafo 4º do Código do Processo Civil, em dez mil reais,  com atualização monetária pela tabela prática a partir desta sentença. Julgo improcedente o pedido formulado pelos autores Janaina de Almeida Teles e Edson Luis de Almeida Teles, os quais porque sucumbentes, arcarão com custas, despesas processuais e honorários dos advogados do réu, fixados estes, de acordo com a norma já invvocada em dez mil reais, com atualização monetária pela tabela prática a partir desta sentença. P.R.I. São Paulo, 7 de outubro de 2008."

Observação da editora:

Abaixo declarações de Janaína ao Portal Terra:
"Eu me sinto vitoriosa. Gostaria que a Justiça tivesse reconhecido também a tortura a mim e ao meu irmão, que éramos crianças na época. Mas o juiz disse que não há elementos para isso. A decisão faz com que a gente pense mais. De uma maneira mais séria dos crimes do passado. Ela traz à família satisfação e alívio", diz Janaína Teles, que na época tinha cinco anos de idade. O irmão, Cesar Teles, é um ano mais novo."

Essa declaração é "da boca para fora". O que eles queriam era que  fossem declarados "torturados" , quando na realidade sabem que a atitude tomada pelo comandante do DOI evitou que eles fossem  recolhidos ao Juizado de Menores, já que não tinham com quem ficar, quando seus pais e a tia foram presos. Além do mais, essa ação não é "meramemente declaratória". É apenas o início de um pedido de indenização financeira e, provavelmente, da responsabilidade penal do Cel Ustra. Aguardem!...

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Mentiram para você sobre as manifestações estudantis de 1968 e sobre a morte do estudante Edson Luís de Lima Souto! (11,12 e 13)

11 - 27/06/68 - Nelson de Barros - Sargento PM – RJ
12 – 27/06/68 - Edson Luís de Lima Souto – Estudante Secundarista
13 - 27/06/68 - Noel de Oliveira Ramos - Civil - RJ


Alguns acham que, em 1968, movimentos de estudantes organizaram-se voluntariamente para protestar contra o regime militar, pedindo reformas universitárias e secundaristas. Mentira! Era um movimento orquestrado internacionalmente por comunistas, que infiltravam agentes pagos, desde lá de fora, entre os estudantes, para insuflarem e coordenarem tais movimentos ’reivindicatórios’, que, aliás, alimentavam discursos com fortes tendências ‘anti-imperialistas’ norte-americanas e enalteciam os regimes comunistas mundo afora. Estas manifestações aconteceram em Paris, em Londres, em diversas cidades dos EUA e em uma série de outras grandes cidades do mundo. É bom lembrar que o ano de 1968 foi marcado por uma série de atentados terroristas pelo país.


Um daqueles agentes comunistas líderes estudantis brasileiros? José Dirceu, então presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo e confesso agente da inteligência cubana. Este mesmo que, hoje, você conhece por ser um dos líderes da quadrilha ‘bolchevique’ que assaltou o Brasil, em nome de um projeto de poder que, a partir da Cuba de Fidel, pretendia fazer dos Continentes Sul e Centro americanos um grande bloco comunista.

Bem, tais movimentos organizaram diversas passeatas no período conhecido como "As Jornadas de Junho". Na verdade, foram 8 meses de passeatas e de protestos, que infernizaram a vida - e feriram dezenas - de cidadãos nas cidades e que acabaram somente com o Ato Institucional n°5, baixado para que esse inferno baderneiro tivesse fim.





E, sim, você que está lendo isso hoje já viu algo parecido acontecer, durante as manifestações de junho de 2013, aqui no Brasil, nas quais os black-blocs quebravam patrimônio público e privado, atacavam policiais com pedras, paus e coquetéis molotov, até que acabaram por assassinar um cinegrafista da Rede Bandeirantes de Televisão.

Voltando às Jornadas de Junho, em 19/06/68, cerca de 800 estudantes, liderados pelo ‘líder estudantil’ Wladimir Palmeira, tentaram tomar de assalto o edifício do Ministério da Educação e Cultura, no Rio de Janeiro. No dia seguinte, cerca de 1500 estudantes invadiram e ocuparam a Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Avenida Pasteur, fazendo com que professores e membros do Conselho Universitário passassem por vexames, obrigando-os a sair por uma espécie de corredor polonês formado por centenas de estudantes.





No dia 21/06/68, também ao meio dia, foi realizada nova passeata no centro do Rio. Conhecida como a "Sexta feira Sangrenta", foi marcada por brutal violência. Cerca de 10 mil pessoas - os estudantes e populares - ergueram barricadas, incendiaram carros, agrediram motoristas, saquearam lojas, atacaram a tiros a embaixada americana e as tropas da Polícia Militar. No final do dia, mais de 10 mortos e centenas de feridos. Entre eles estava o sargento da Polícia Militar Nelson de Barros que veio a falecer no dia 27/06/68. A violência estudantil continuou no dia 22, quando tentaram, sem sucesso, ocupar a Universidade de Brasília, (UNB), e no dia 24, em São Paulo, quando realizaram uma passeata no centro da cidade, depredando a Farmácia do Exército, o City Bank e a sede do jornal "O Estado de São Paulo". No dia 26, no Rio de Janeiro ocorreu a "Passeata dos Cem Mil".


O ano de manifestações estudantis foi realmente ‘aberto’ graças a um motivo muito sério, e provocador de sentimento de solidariedade por parte da sociedade, é claro: o assassinato do estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto atribuído à PM-RJ, ocorrido a 27 de março de 1968. Mentira! Elio Gaspari, autor de três livros que falam sobre o período da ‘ditadura militar’, SOB O OLHAR DA ESUQERDA A QUE O PRÓPRIO AUTOR SE ENQUADRA, desmentiu esta estória de que a PM teria matado o estudante!

Aos fatos.




Edson Luís de Lima Souto, nascido e criado em Belém, havia mudado-se para o Rio de Janeiro para fazer o segundo grau no Instituto Cooperativo de Ensino, que funcionava no restaurante Calabouço. Em 28 de março de 1968, os estudantes estavam organizando uma passeata-relâmpago para protestar contra a alta do preço da comida no Calabouço. Por volta das 18 horas, a Polícia militar chegou ao local e dispersou os estudantes que estavam na frente do complexo. Os estudantes se abrigaram dentro do restaurante e responderam à violência policial utilizando paus e pedras. Isso fez com que os policiais recuassem e a rua ficasse deserta. Quando os policiais voltaram, tiros começaram a ser disparados do edifício da Legião Brasileira de Assistência, o que provocou pânico entre os estudantes e os policiais, que acabaram por invadir o restaurante. Durante a invasão, dois estudantes morreram: Edson Luís (morto com um tiro a queima roupa no peito) e Benedito Frazão Dutra (chegou a ser levado ao hospital, mas também morreu). O comandante da tropa da PM, aspirante Aloísio Raposo, foi acusado de ter atirado e matado Edson Luís. E assim permaneceu-se acreditando até que Elio Gaspari revelasse a verdade!


"A Parcialidade Escancarada”
MÍDIA SEM MÁSCARA, ANO 1, NÚMERO 6, 12 DE DEZEMBRO DE 2002
Carlos Ilich Santos Azambuja - 11.12.02

Acabei de ler os dois volumes escritos por Elio Gaspari (A Ditadura Envergonhada e A Ditadura Escancarada) nos quais ele se propôs reconstituir cerca de dez anos da História do Brasil, desde o governo João Goulart até o final da Guerrilha do Araguaia, em 1974. Analisou a área política dos governos militares, a chamada “repressão” e as esquerdas de todos os matizes, dando ênfase à esquerda armada dos “anos de chumbo”, conforme ele diz.

Valeu-se de arquivos pessoais de diversas personalidades, fundamentalmente dos arquivos do general Golbery e de seu secretário, capitão Heitor. Entrevistou dezenas de pessoas, da direita, do centro, da esquerda e da extrema esquerda. Quando da Revolução de março de 1964, Elio Gaspari, aluno da Faculdade Nacional de Filosofia, no Rio de Janeiro, era membro do PCB, conhecido como “Elio Parmegiani”.

Em seu livro, narra em detalhes a morte do estudante Edson Luiz, no restaurante do Calabouço, ocorrida em 27 de março de 1964. Detalhes tão precisos como se ele estivesse lá, assistindo a tudo. Não estava. Tanto não estava que escreveu que o fato ocorreu “a três quarteirões do hospital da Santa Casa”. Outra inverdade. Do restaurante ao hospital bastava atravessar a Rua Santa Luzia. Eu estava lá e vi.

No entanto, na Faculdade Nacional de Filosofia, Rio de Janeiro, de onde era aluno, narra a morte, a tiro de revólver disparado por um seu colega, de um estudante da mesma Faculdade. E só. Por que Gaspari, um historiador, evita dizer o nome desse seu colega, de Faculdade e de partido, que disparou a arma? Esse é um segredo de polichinelo, embora jamais o autor da morte tenha sido processado por esse crime. Seu nome? Apenas as iniciais, pois não desejo prejudicá-lo, onde quer que esteja. Assim, aquilo que ele julga que ninguém sabe, ele vai saber que eu sei: ACFPP.


“No dia 22/11/2012, por meio de e-mail, Azambuja me confidenciou: “O nome do cara do qual eu escrevi apenas as iniciais é ANTONIO CARLOS FARIA PINTO PEIXOTO, na época militante do PCB. Faleceu em 15 de Julho de 2012”. - Cfr. em A Voz do Ouvidor da Comissão Nacional da Verdade.”
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13 - Noel de Oliveira Ramos - Civil - RJ

Morto com um tiro no coração, em conflito na rua. Estudantes distribuíam no Largo de São Francisco, panfletos a favor do governo e contra as agitações estudantis conduzidas por militantes comunistasGessé Barbosa de Souza, eletricista e militante da VPR, conhecido como "Juliano" ou "Julião" infiltrado no movimento, tentou impedir a manifestação com uma arma. Os estudantes, em grande maioria, não se intimidaram e tentaram segurar Gessé que fugiu atirando, atingindo mortalmente Noel de Oliveira Ramos e ferindo o engraxate Olavo Siqueira. 

terça-feira, 26 de abril de 2016

Relação cronológica dos atentados e dos mortos pelas mãos de terroristas entre os anos de 1964 a 1974 (1 ao 10)

1 - 12/11/64 - Paulo Macena- Vigia - RJ

Explosão de bomba - deixada por uma organização comunista nunca identificada, em protesto contra a aprovação da Lei Suplicy, que extinguiu a UNE e a UBES - no Cine Bruni Flamengo, com seis feridos graves e 1 morto, o vigia PAULO MACENA.

2 - 27/03/65 - Carlos Argemiro Camargo - Sargento do Exército – Paraná
Emboscada de um grupo de militantes da Força Armada de Libertação Nacional (FALN), chefiado pelo ex-Cel EB Jeffersom Cardim de Alencar Osorio, com o assassinato a tiros do 3º Sgt Inf EB CARLOS ARGEMIRO DE CAMARGO da 2ª Cia Inf de Francisco Beltrão/PR, que deixou viúva grávida de sete meses.


3 e 4 - 25/07/66 - Edson Régis de Carvalho - Jornalista – PE e Nelson Gomes Fernandes  - Almirante - PE
Explosão de bomba no Aeroporto Internacional de Guararapes - 15 feridos e 2 mortos. Além das duas vítimas fatais, ficaram feridas 17 pessoas, entre elas o então coronel do Exército Sylvio Ferreira da Silva que, teve fraturas expostas e quatro dedos da mão esquerda amputados. Outro ferido gravemente foi Sebastião Tomaz de Aquino, o Paraíba, guarda civil que teve a perna direita amputada.
"Um dos executores do atentado, revelado pelas pesquisas e entrevistas de Gorender, é Raimundo Gonçalves de Figueiredo, codinome CHICO, que viria a ser morto pela Polícia Civil, em abril de 1971, já como integrante da VAR-PALMARES". (Nos Porões da Ditadura - de Raymundo Negrão Torres). 
25/07 - 45 anos do atentado a Guararapes, o início da luta armada

 Escrito por jo.ustra
Categoria: Luta armada
 Publicado: 25 Julho 2011

 General Sylvio Ferreira da Silva
 Tratamento dos ferimentos de
 25/07/1966 a 10/07/1967.
  Sequelas até os dias de hoje.
25/07/1966
Matéria pesquisada  e editada pelo site www.averdadesufocada.com
A Contra-Revolução completava dois anos. Solenidades eram realizadas em todos os rincões do País.
Em Recife, desde oito horas desse 31/03/1966, o povo se deslocava para o Parque Treze de Maio para o início das comemorações. Milhares de pessoas estavam reunidas naquele parque quando, às 8h47, foram surpreendidas por uma violenta explosão, seguida de espessa nuvem de fumaça que envolveu o prédio dos Correios e Telégrafos de Recife.
Quando a fumaça desapareceu, o povo, atônito, viu os estragos. Manchas negras e buracos nas paredes, a vidraça no sexto andar estilhaçada. A curiosidade era geral. 
O povo não imaginava que esse seria o primeiro ato terrorista na capital pernambucana.
Ao mesmo tempo, outra bomba explodia na residência do 

 Ten Cel Syilvio  na fase final do
 tratamento.
comandante do IV Exército.
Ainda naquele dia, outra bomba, que falhara, foi encontrada em um vaso de flores da Câmara Municipal de Recife, onde havia sido realizada uma sessão solene em comemoração ao segundo aniversário da Contra-Revolução.
Cinqüenta dias após, em vinte de maio, foram arremessados dois coquetéis “molotov” e uma banana de dinamite contra os portões da Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco. Por sorte, até então, os terroristas não haviam provocado vítimas.
No entanto, antes de completarem quatro meses da explosão da primeira bomba,no dia 25 de julho,  Recife foi teatro do mais revoltante ato de terror. Bombas de alto terror explosivo , colocadas no Aeroporto de Guararapes, na União dos Estudantes de Pernambuco e na sede da USAID, demonstravam que havia um plano organizado , para desestabilizar a tranquilidade aparente que antecipava a chegada do Marechal Costa e Silva que, em campanha para presidente da República, visitava as capitais do Nordeste.  Vinha de João Pessoa e deveria chegar ao Aeroporto Guararapes, onde cerca de 300 pessoas , entre autoridades, povo e crianças esperavam para saudar o candidato a substituir o Marechal Castelo Branco.
As autoridades estavam preocupadas com  os movimentos que se opunham à contrarrevoluçâo  que, inicialmente, se limitavam`a arruaças de estudantes e operários, infiltrados por doutrinadores comunistas. A preocupação crescia, pois pouco a pouco aumentavam os assaltos de grande vulto em bancos e carros pagadores. Mesmo assim, não imaginavam que esses movimentos assumiriam consequêncais mais sérias como as que estavam prestes a abalar o país.
O terrorismo assumiria proporções que não inimagináveis, pois essas atitudes não estavam na índole do povo brasileiro  O povo brasileiro jamais adotara práticas  semelhantes.
 Mas, esses atos de terror vieram abalar a tranqüilidade de Recife, e não tinham as mesmas intenções dos anteriores que não provocaram vítimas.
 Desta vez os terroristas  se esmeraram. Esperavam atingir uma grande quantidade de pessoas. A justificativa para essas ações era protestar contra a visita a Recife do marechal Costa e Silva, candidato da Aliança Renovadora Nacional (ARENA) à Presidência da República. O alvo principal era o próprio Costa e Silva e sua comitiva.
No dia marcado para a chegada do candidato, 25 de julho de 1966, explode a primeira bomba na União 
 dos Estudantes de Pernambuco, ferindo com escoriações e queimaduras, no rosto e nas mãos, o civil José Leite.
A segunda bomba, detonada nos escritórios do Serviço de Informações dos Estados Unidos, causou apenas danos materiais.
A terceira, mais potente, preparada para vitimar o marechal Costa e Silva, atingiu um grande número de pessoas. Ela foi colocada no saguão do Aeroporto de Guararapes, onde a comitiva do candidato seria recebida por trezentas pessoas. 

  Sebastião Thomaz de Aquino - "Paraíba'
  no hospital  e seu filho
Por sorte, eram 8h30 quando os alto-falantes anunciaram que, em virtude de pane no avião que traria o marechal, ele estava se deslocando por via terrestre, de João Pessoa até Recife, indo diretamente para o prédio da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Com o anúncio, as consequências do atentado não foram mais trágicas porque muitas pessoas se dirigiram para os locais por onde o candidato passaria.
O guarda-civil Sebastião Thomaz de Aquino, o “Paraíba”, que fora um grande jogador de futebol do Santa Cruz, viu uma maleta escura junto à livraria Sodiler. Pensando que alguém a esquecera, pegou-a para entregá-la no balcão do Departamento de Aviação Civil (DAC).
Ocorreu no momento uma grande explosão. A seguir pânico, gemidos e dor. Mais um ato terrorista acabara de acontecer, com um saldo de quinze vítimas.
Morreu o jornalista Edson Régis de Carvalho, casado e pai de cinco filhos. Teve seu abdômen dilacerado.
Também faleceu o almirante reformado Nelson Gomes Fernandes, com o crânio esfacelado, deixando viúva e um filho menor.
“Paraíba” foi atingido no frontal, no maxilar, na perna esquerda e na coxa direita com exposição óssea, o que resultou na amputação da perna direita.
O tenente-coronel Sylvio Ferreira da Silva, hoje general, sofreu amputação traumática dos dedos da mão esquerda, lesões graves na coxa esquerda e queimaduras de primeiro e segundo graus. Hoje, 45 anos depois, ainda sofre com as seqüelas provocadas.
Ficaram gravemente feridos o inspetor de polícia Haroldo Collares da Cunha Barreto e Antônio Pedro Morais da Cunha; os funcionários públicos Fernando Ferreira Raposo e Ivancir de Castro; os estudantes José Oliveira Silvestre e Amaro Duarte Dias; a professora Anita Ferreira de Carvalho; a comerciária Idalina  Maia; o guarda-civil José Severino Barreto; além de Eunice Gomes de Barros e seu filho, Roberto Gomes de Barros, de apenas seis anos de idade. 

   "Paraiba', relembra com saudades seu
    tempo de jogador de futebol

O acaso, transferindo o local da chegada de Costa e Silva, evitou que a tragédia fosse maior.
Já não se podia duvidar do que estava  acontecendo.  Os métodos empregados, as bombas de alto teor mortífero, a maneira como o plano estava sendo executado  indicavam que  Recife fora escolhido por agitadores treinados para  iníciar as açoes mais sinistras  O povo brasileiro se viu tomado de pavor ao ver introduzido no nosso país  um processo que vinha de fora, com cruel requinte de perversidade.  Era o começo de um plano bem urdido,  com ameaça de intimidação . O terrorismo já estava em marcha.
Este sinistro atentado é considerado como o início da luta armada.
A reação inicial da policia não impediu que outros atos terroristas se repetissem - "justiçamentos," sequestros, ataques a viaturas militares e roubo de armas em 
 quartéis, assassinatos de militares estrangeiros e de pessoas inocentes, atentado a bomba no quartel do II Exército em São Paulo.
As autoridades que tentaram acabar com anarquia do governo João Goulart , tiveram que  adotar reações mais drásticas para tentar impedir o crescimento de atos como esse Mas, custou caro, a reação foi de acordo com a violência das ações . Vidas foram perdidas dos dois lados. 
Durante muito tempo, a esquerda escondeu, enquanto pôde, a autoria desse atentado, chegando a afirmar que teria sido feito pela direita para tentar incriminá-la. Técnica antiga muito usada, até os dias de hoje

 Alm Nelson Gomes Fernandes, morreu no local
As autoridades, atônitas, procuravam os autores desses atentados. Não obtinham nenhuma resposta. Não tínhamos, até então, nenhum órgão para combater com eficiência o terrorismo.
Foi um comunista, militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), que teve a hombridade de denunciar esse crime: Jacob Gorender, em seu livro Combate nas Trevas - edição revista e ampliada - Editora Ática - 1998, escreve sobre o assunto:
“Membro da comissão militar e dirigente nacional da AP, Alípio de Freitas encontrava-se em Recife em meados de 1966, quando se anunciou a visita do general Costa e Silva, em campanha farsesca de candidato presidencial pelo partido governista Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Por conta própria Alípio decidiu promover uma aplicação realista dos ensinamentos sobre a técnica de atentados.”
“Em entrevista concedida a Sérgio Buarque de Gusmão e editada pelo Jornal da República, logo depois da anistia de 1979, Jair Ferreira de Sá revelou a autoria do atentado do Aeroporto de Guararapes por militantes da AP.
Entrevista posterior, ao semanário Em Tempo, referiu-se a Raimundinho como um dos participantes da ação. Certamente, trata-se de Raimundo Gonçalves Figueiredo, que se transferiu para a VAR-Palmares (onde usava o nome de guerra Chico) e morreu, a vinte sete de abril de 1971, num tiroteio com policiais do Recife.”
Fica, portanto, esclarecida a autoria do atentado ao Aeroporto de Guararapes:
· Organização responsável: Ação Popular (AP);
· Mentor intelectual: ex-padre Alípio de Freitas - que já atuava nas Ligas Camponesas -, membro da comissão militar e dirigente nacional da AP;


  Feridos graves  atendidos no local. O jornalista
 Edson Régis, faleceu ao dar entrada no hospital
· Executor: Raimundo Gonçalves Figueiredo, militante da AP.
Observação:
- Em 25/12/2004, Cláudio Humberto, em sua coluna, no Jornal de Brasília, publicou a concessão da indenização fixada pela Comissão de Anistia, que beneficia o ex-padre Alípio de Freitas, hoje residente em Lisboa. Ele terá direito a R$ 1,09 milhão.
- Raymundo Negrão Torres, em seu livro O Fascínio dos Anos de Chumbo, Editora do Chain, página 85, escreve o seguinte:
“Um dos executores do atentado, revelado pelas pesquisas e entrevistas promovidas por Gorender, foi Raimundo Gonçalves Figueiredo, codinome Chico, que viria, mais tarde a ser morto pela polícia de Recife em 27 de abril de 1971, já como integrante da VAR-Palmares e utilizando o nome falso de José Francisco Severo Ferreira, com o qual foi autopsiado e enterrado. Esse terrorista é um dos radicais que hoje são apontados como tendo agido em defesa da democracia e cujos “feitos” estão sendo recompensados pelo governo, às custas do contribuinte brasileiro, com indenizações e aposentadorias que poucos trabalhadores recebem, recompensa obtida graças ao trabalho faccioso e revanchista da Comissão de Mortos e Desaparecidos, instituída pela lei nº 9.140, de 4 de dezembro de 1995. É um dos nomes glorificados no livro Dos filhos desse solo, página 443, editado com dinheiro dos trabalhadores e no qual Nilmário Miranda, ex-militante da POLOP e secretário nacional dos Direitos Humanos do governo Lula, faz a apologia do terrorismo e da luta armada, através do resultado dos trabalhos da tal comissão, da qual foi o principal mentor.”
Raimundo Gonçalves Figueiredo é nome de uma rua em Belo Horizonte/MG e sua família também foi indenizada.
Permitida a divulgação desde que seja mantida a fonte: www.averdadesufocada.com 


5 - 28/09/66 - Raimundo de Carvalho Andrade - Cabo PM–GO
Em meados de 1966, eram numerosas as agitações estudantis em várias cidades do Brasil, com numerosos incêndios suspeitos em São Paulo e conflitos no Rio de Janeiro e na Bahia. Apesar da proibição, foi realizado, em Belo Horizonte, o 28º Congresso da UNE, entidade que estabeleceu a data de 22 de setembro para ser o “Dia Nacional de Luta Contra a Ditadura”. Tarzan de Castro (Luis, Osvaldo, Rogério, Sérgio), além de líder estudantil em Goiânia, era um militante que, em junho de 1966, havia liderado uma dissidência do Partido Comunista do Brasil (PC do B), que iria formar uma das mais violentas organizações terroristas daquela época, a Ala Vermelha. Preso na Fortaleza de Santa Cruz, em Niterói, espalharam-se falsas notícias de que ele havia morrido na prisão e de que seu corpo chegaria no aeroporto de Goiânia à meia noite de 28/09/66, uma quarta feira. Em protesto, estudantes, dirigidos por agitadores comunistas, resolveram invadir e ocupar o Colégio Estadual Campinas. A diretora solicitou policiamento. A POLÍCIA MILITAR, por acreditar tratar-se de bagunça de adolescente rebelde, reuniu os PMs que não faziam parte do policiamento de rua (cozinheiros, burocratas, carpinteiros, etc.) ao local. Por volta das 20h, quando a “tropa”, armada com fuzis modelo 1908, com tiros de festim, chegou , foi recebida por tiros vindos do interior do colégio que estava invadido. Na ocasião, foi atingido, mortalmente, o cabo Raimundo de Carvalho Andrade que era o alfaiate da corporação.
A “vítima” viva, Tarzan de Castro, hoje e até recentemente, destacado empresário do ramo de armazém de estocagens de grãos, com um dos maiores armazéns de Goiás, reivindicou as seguintes indenizações:
Do governo de Pernambuco, pelo o seu envolvimento no inquérito do chamado Movimento Julião;
Do Governo do Distrito Federal, por haver respondido a inquéritos promovidos pelo Comando Militar do Planalto;
Do Governo de Minas Gerais, por ser a sede da Região Judiciária Militar, para onde seguiram seus processos;
Do Governo do Estado de Goiás, através da lei estadual nº 14067/010, ao lado de inúmeras outras pessoas catalogadas como “vítimas” da Revolução de 1964, generosa indenização.
A vítima morta, cabo Raimundo de Carvalho Andrade, que era o alfaiate da Polícia Militar de Goiás, homem simples - não especialista em assuntos de segurança e designado pelos seus superiores para completar uma equipe, visando a coibir os tumultos gerados pelo episódio inverídico ligado a Tarzan de Castro - está esquecida. Não se tem notícia de que seus humildes familiares tenham recebido qualquer indenização ou apoio especial dos governos estadual ou federal (colaboração do Grupo Anhangüera).

6 - 24/11/67 - José Gonçalves Conceição (Zé Dico) - Fazendeiro - SP
Morto por Edmur Péricles de Camargo, integrante da Ala Marighela, durante a invasão da fazenda Bandeirante, em Presidente Epitácio. Zé Dico foi trancado num quarto, torturado e, finalmente, morto com vários tiros. O filho do fazendeiro que tentara socorrer o pai foi baleado por Edmur com dois tiros nas costas, mas sobreviveu.


7 - 15/12/67 - Osíris Motta Marcondes - Bancário – SP
Morto quando tentava impedir um assalto terrorista ao Banco Mercantil, do qual era o gerente. 

8 - 10/01/68 - Agostinho Ferreira Lima - Marinha Mercante - Rio Negro / AM
No dia 06/12/67, a lancha da Marinha Mercante "Antônio Alberto" foi atacada por um grupo de nove terroristas, liderados por Ricardo Alberto Aguado Gomes "Dr. Ramon", o qual, posteriormente, ingressou na Ação Libertadora Nacional (ALN). Neste ataque Agostinho Ferreira Lima foi ferido gravemente, vindo a falecer no dia 10/01/68.

9 - 31/05/68 - Ailton de Oliveira - Guarda Penitenciário - RJ
O Movimento Armado Revolucionário (MAR) montou uma ação para libertar nove de seus membros que cumpriam pena na Penitenciária Lemos de Brito (RJ) e que, uma vez libertados, deveriam seguir para região de Conceição de Jacareí, onde o MAR pretendia estabelecer o “embrião do foco guerrilheiro”. No dia 26/05/68 o estagiário Júlio César entregou à funcionária da penitenciária Natersa Passos, dentro de um pacote, três revólveres calibre 38 que seriam usados. Às 17h30min, os subversivos, ao iniciarem a fuga, foram surpreendidos pelos guardas penitenciários Ailton de Oliveira e Jorge Félix Barbosa. Os guardas foram feridos pelos presos em fuga, sendo que Ailton de Oliveira veio a falecer cinco dias depois, em 31/05/68. Ainda ficou gravemente ferido o funcionário da Light, João Dias Pereira que se encontrava na calçada da penitenciária. O autor dos disparos que atingiram o guarda Ailton foi o terrorista Avelino Brioni Capitani.

10 - 26/06/68 - Mário Kozel Filho - Soldado do Exército - SP 
Em 1968 o jovem Mário Kozel Filho é convocado para servir à Pátria e defendê-la contra possíveis agressões internas ou externas. Na mesma época o capitão Carlos Lamarca, formado pela Academia Militar das Agulhas Negras, serve no 4ºRI, em Quitaúna, SP. O capitão Lamarca, no dia 24/01/68, trai a Pátria que jurou defender. Rouba do 4ºRI muitos fuzis, metralhadoras e munição, deserta e entra na clandestinidade. O material bélico roubado é entregue à Vanguarda Popular Revolucionária, VPR, uma organização terrorista que Lamarca já integrava antes de desertar. O soldado Kozel continua servindo, com dedicação a Pátria que jurou defender. No dia 26/06/68, como sentinela, zela pela segurança do Quartel General do II Exército. Às 04:30 horas ele está vigilante em sua guarita. A madrugada é fria e com pouca visibilidade. Neste momento, um tiro é disparado por uma sentinela contra uma camioneta que desgovernada tenta penetrar no Quartel. Seu motorista saltara dela em movimento, após acelerá-la e direcioná-la para o portão do QG. O soldado Rufino, também sentinela, dispara 6 tiros contra o mesmo veículo que, finalmente, bate na parede externa do quartel. Kozel sai do seu posto e corre em direção ao carro, para ver se há alguém no seu interior. Há uma carga com 50 quilos de dinamite que, segundos depois, explode e espalha destruição e morte num raio de 300metros. Seu corpo é dilacerado. Os soldados João Fernandes, Luiz Roberto Julião e Edson Roberto Rufino estão muito feridos. 

É mais um ato terrorista da organização chefiada por Lamarca, a VPR. Participaram deste crime hediondo os terroristas Diógenes José de Carvalho Oliveira (o Diógenes do PT, com implicações com bicheiros no governo Olívio Dutra/RS), Waldir Carlos Sarapu, Wilson Egídio Fava, Onofre Pinto, Edmundo Coleen Leite, José Araújo Nóbrega, Oswaldo Antônio dos Santos, Dulce de Souza Maia, Renata Ferraz Guerra Andrade e José Ronaldo Tavares de Lima e Silva.



Lamarca continuou na VPR, seqüestrando, assaltando, assassinando e praticando vários outros atos terroristas, até o dia em que morreu, de arma na mão enfrentando uma patrulha do Exército que o encontrou no interior da Bahia em 1971. Sua família passou a receber a pensão de coronel porque Lamarca, se não tivesse desertado, poderia chegar a este posto. Apesar de todos os crimes hediondos que cometeu, sendo o mais torpe deles o assassinato a coronhadas de seu prisioneiro Tenente PM Alberto Mendes Júnior, Lamarca é apontado como herói pelos esquerdistas brasileiros. Ruas passam a ter seu nome. Tentam colocar seus restos mortais num Mausoléu na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Um filme é feito para homenageá-lo. 
Mário Kozel Filho, soldado cumpridor dos seus deveres, cidadão brasileiro que morreu em serviço, está totalmente esquecido. Além do esquecimento a Comissão dos Mortos e Desaparecidos que já concedera vultosas indenizações às famílias de muitos terroristas que nunca foram considerados desaparecidos, resolveu indenizar, também, a família Lamarca, numa evidente provocação às Forças Armadas e desrespeito às famílias de Mário Kozel Filho e de muitos outros que com ele morreram em conseqüência de atos terroristas.